Os riscos do Jejum Intermitente

Jejum Intermitente é uma nova metodologia de emagrecimento que vem sendo apresentada e divulgada pela internet, chamando a atenção de muitas pessoas que desejam perder peso.

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Mas será que não há riscos nesse tipo de indicação?

Vamos falar sobre isso, compreendendo melhor como funciona essa arriscada forma de emagrecer e como o nosso corpo pode reagir diante da introdução desse novo hábito

Dietas restritivas

Existem várias formas de eliminar aquele peso indesejável e em pleno ano 2016, o que mais se fala é o chamado o jejum intermitente. Antes de começar a falar sobre o método é importantíssimo lembrar que as pesquisas sobre o jejum intermitente ainda estão em estágio inicial.

Muitos dos artigos de estudos são pequenos, de curta duração, realizados através de observação em animais e não em humanos. Até agora, o que um estudo mostrou foi que o jejum intermitente melhorou a sensibilidade à insulina em homens, mas acabou piorando o nível de glicose em mulheres.

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Essa já é a primeira grande indicação que continua em evidência a conclusão de que as dietas devem ser estabelecidas de forma cada vez mais específicas e nunca genérica, dada a grande diversidade de situações orgânicas humanas. desta forma verifica a necessidade de uma dieta especifica e individualizada. Outra discussão importante diz respeito a capacidade das dietas de serem saudáveis! Apesar de emagrecer, nem todas as dietas que fazem perder peso são completamente saudáveis.

Como funciona o organismo em relação aos alimentos?

Nosso organismo e constituído por Sistemas (circulatório, neurológico, respiratório, energético, digestivo, reprodutivo e nervoso), órgão, tecidos, celulas e átomos. Para manter a homeostase do nosso corpo é preciso equilibrar as quatro dimensões que possuímos: a dimensão física, a mental, a emocional e a energética.

O corpo humano é imensamente complexo. Não somos feitos somente de uma célula e sim de 100 trilhões, não só de um átomo e sim de octilhões e tudo isto é mantido, restaurado e equilibrado através dos nutrientes presentes nos vários grupos alimentares que ingerimos todos os dias.

O nutriente presente nos alimentos é a matéria prima necessária para a formação, a manutenção e a reestruturação celular de todos os órgãos. Para manter o equilíbrio e a vitalidade do organismo todo, essas células, além de estarem ativas e saudáveis, elas também precisam “conversar” entre si. Essa comunicação intercelular acontece por meio de mensageiros químicos, denominados hormônios.

Toda essa homeostase (ou equilíbrio basal) do organismo é realizada por mais de 20 hormônios diferentes que são constituídos por proteínas, peptídeos ou derivados de esteroides (conjunto de anéis de átomos de carbono ligados a um lipídeo).

O desequilíbrio na produção ou na função dos hormônios resulta em doenças. Os minerais e vitaminas (que são os átomos e moléculas), devem ser ingeridos conforme os sintomas de cada doença ou fragilidade peculiar de cada organismo, na quantidade certa de acordo com peso, idade e altura. Hoje em dia não se pensa mais em nutrientes genéricos. Diante de toda essa complexidade, quando é necessária a perda de peso é fundamental conhecer, antes de tudo, como os quatros corpos daquele ser humano funcionam.

Todos nós temos a nossa individualidade bioquímica e genética e também temos diferentes repercussões nas quatro dimensões do nosso corpo (físico, mental, emocional e energético). Toda dieta ou plano alimentar para perder peso deve ser individualizado e especifico para cada caso em que são analisados todos esses fatores orgânicos.

Jejum Intermitente

  • Os benefícios que vem sendo apontados, trazidos pelo método do jejum intermitente são:
  • Aumento do nível do hormônio de crescimento;
  • A melhora da sensibilidade à insulina;
  • A queda dos níveis de insulina no sangue;
  • O início de processos de reparo celular no jejum, o que inclui a autofagia, onde células digerem e removem proteínas velhas;
  • A ajuda em perder gordura sem precisar restringir o consumo de calorias;
  • A alteração dos níveis hormonais no corpo, de forma a facilitar a perda de peso com a liberação de mais noradrenalina (que é outro hormônio que auxilia na queima da gordura e acelera o metabolismo).

Apesar de propagados, todos estes benefícios devem ser muito estudados. Diante dessa metodologia, varias pesquisas foram realizadas e o que foi realmente observado?

Depois de um dia de jejum, a fome é dobrada. Ocorre a perda de peso, mas apenas de massa muscular, mantendo o organismo a mesma quantidade de gordura visceral. Do mesmo modo, sob jejum, há a absorção de glicose, mas o aproveitamento corporal é menor.

O jejum apresenta oito vezes mais liberação de peróxido de hidrogênio, um composto altamente reativo. O peróxido é uma molécula derivada de radicais superóxidos, que participam da formação do peroxinitrito, que adere a uma molécula chamada receptor de insulina. Por sua vez, o receptor aciona outras moléculas e faz com que a glicose entre nas células. A reação do peroxinitrito com o receptor de insulina é um fenômeno irreversível e a conseqüência é que as células, principalmente as dos músculos, vão receber e metabolizar menos glicose do que necessitam.

Os métodos de Jejum intermitente mais conhecidos são:

Jejum de 16 horas

Como foi dito, é o jejum mais comum e consiste em se alimentar em uma janela de 8/8 horas por dia, não comendo nada nas outras 16 horas. Para facilitar, vou dar um exemplo: Se você dorme das 23h às 7h, já são 8 horas de jejum. O método indica adicionar 4 horas antes de dormir e 4 horas depois de acordar em jejum. Ou seja, acordar às 7h, almoçar depois das 11h e jantar antes das 19h;

Jejum de 24 horas

Consiste em fazer 24 horas de jejum, duas vezes na semana. Exemplo: Se você jantar hoje as 20h, fique até amanhã as 20h sem comer nada. A indicação é para repetir o jejum outra vez na semana;

Jejum de 36 horas

Este tipo de jejum é o pior, não sendo recomendado para qualquer um. Qualquer jejum deve ser acompanhado por um profissional, mas esse, mais ainda.

Perigos do Jejum Intermitente!

Já está comprovado que as dietas restritivas ocasionam variados tipos de déficits de nutrientes para o organismo, o que consequentemente prejudica, em maior ou menor escala, o desenvolvimento e a manutenção do corpo.

O nosso corpo é um sistema orgânico altamente complexo que depende de milhões de interações químicas para manter seu funcionamento em equilíbrio e saudável. O organismo necessita de proteínas, gordura, ácidos, carboidratos, ácidos graxos, eletrólitos, vitaminas e minerais, além de muita água, para se sustentar.

O Jejum periódico elimina as fontes que o corpo usa para reabastecer suas reservas nutricionais, o que pode levar a futuros problemas de saúde como desidratação, tonturas, confusão mental, fadiga, anemia e hipoglicemia. Isso, sem levar em conta algum potencial problema orgânico que o indivíduo pode ter, sem saber.

Conseqüências do Jejum intermitente:

Jejum perturba o equilíbrio hormonal

A glândula tireóide regula o metabolismo do corpo , de modo que o seu nível de funcionamento determina se você tem um metabolismo alto ou baixo. O jejum impulsiona o corpo ir para o que é conhecido como “modo de fome, sobrevivência ou preservação”. A responsabilidade da glândula tireóide, neste estado, é a redução do metabolismo, o que diminui a queima de nutrientes para ajudar o corpo a prevenir a perda de peso.

Jejum reduz músculo

Os principais órgãos do corpo, incluindo o cérebro, requerem uma oferta de açúcar para sustentá-los. Quando a dieta não inclui uma fonte de açúcar, o corpo, em seguida, volta-se para os aminoácidos que compõem os músculos, para gerar uma fonte alternativa de energia. A redução da massa muscular pode fazer com que você se sentir fraco e também retarda ainda mais a perda de peso, uma vez que, ter uma porcentagem maior de músculos ajuda o corpo a queimar calorias.

Jejum reduz a função imune

O efeito global de atirar a função do corpo para fora de equilíbrio é que pode enfraquecer a capacidade do seu sistema imunológico para combater infecções e reduzir a inflamações. O jejum pode perturbar o equilíbrio da flora no intestino, o que afetará também a capacidade do corpo para quebrar alimentos para a nutrição no futuro.

Pacientes que não devem de hipótese alguma fazer dietas restritivas:

  • Crianças em fase de crescimento, quando ocorre o desenvolvimento do tamanho do corpo e dos números de células, em equilíbrio com a produção de hormônios;
  • Os Adolescentes, pois esse grupo compreende um complexo processo de maturação para transformar a criança em adultos. A maioria dos órgãos duplica de tamanho durante a puberdade, necessitando de uma dieta rica em todos os nutrientes;
  • As Gestantes. A mulher, nessa fase da vida deve ter uma alimentação rica em ferro para evitar anemia e ácido fólico para garantir uma boa formação do sistema nervoso do bebê, mas acima de tudo rica em frutas e verduras;
  • Indivíduos com mutação genética do MCR4, situação em que ocorrem defeitos como a alterações de equilíbrio, responsável pelos transtornos compulsivos. Este individuo nunca conseguiria fazer um jejum por um período longo.
  • Pessoas com tendência a bulimia e anorexia nervosa. E o grande risco é que muita gente não sabe se possui esse perfil. Esses desequilíbrios alimentares são desencadeados por dietas radicais e diante do jejum, a pessoa passa a ter episódios de descontrole alimentar e depois de um tempo em jejum, passa a comer compulsivamente.
  • As Lactentes. Ao amamentar, a mãe começa a desempenhar a importante tarefa de produzir o leite tendo a necessidade de calorias a mais para formação deste alimento tão precioso;
  • Os diabéticos.

Estudos mostraram que o jejum prolongado alternado com alimentação excessiva pode alterar o funcionamento da insulina, o hormônio que facilita a entrada e o metabolismo de glicose nas células, favorecendo o surgimento da diabete. O jejum prolongado leva a um aumento de corpos cetônicos (produtos resultantes da oxidação de ácidos graxos) que em excesso diminuem o pH sanguíneo causando uma acidose que pode provocar um coma em casos extremos.

Equilibrando o organismo

Precisamos tomar cuidado com as dietas agressivas e restritivas, pois perder peso não e fácil e talvez a parte mais difícil seja emagrecer com saúde, mantendo o peso conquistado com sustentabilidade. Já está comprovado, também, que perder peso rapidamente, de forma muito radical e ganhar todos os quilos novamente, trazem para a condição humana o chamado “efeito sanfona”, tão prejudicial para a saúde e a estética.

Antes de elaborar uma dieta compatível com as 4 dimensões corporais, primeiro precisamos conhecer como reage o nosso organismo, depois corrigir os erros metabólicos e só então será possível planejar a perda de peso de forma saudável.

A solução para o emagrecimento está em mudar o que comemos, modificando nossos hábitos e desenvolvimento um autoconhecimento de nossas quatro dimensões corporais para nutrir adequadamente nosso físico, nosso plano mental, nosso emocional e a nossa energia corporal.