Os surpreendentes inimigos que nos causam estresse

A palavra estresse vem do inglês stress, conceito que surgiu da Física para explicar a condição dos 0828-os-surpreendentes-inimigos-que-nos-causam-estresse-sitemateriais submetidos à ação de forças externas extremas. O fisiologista canadense, Hans Selye, inspirou-se nessa situação caótica para batizar essa doença que já é considerada uma epidemia mundial, cada vez mais grave e crescente.

Nos dias de hoje, a palavra estresse virou um jargão.  É comum ouvir alguém dizer que está “estressado” quando, na verdade, deveria dizer que está apenas cansado.  O cansaço, diferente do estresse, pode ser recuperado após um longo período de descanso ou, pura e simplesmente, uma boa noite de sono.

Por outro lado, o estresse é um mecanismo fisiológico complexo do organismo que reage física e emocionalmente, às mudanças, ameaças ou perigos com os quais nos deparamos na vida. Naturalmente, nosso corpo está sempre buscando um estado de equilíbrio interno e externo. Mas, como não podemos controlar os fatores que envolvem a nossa vida, este estado de equilíbrio corporal é constantemente alterado por estímulos (agentes estressantes) que provocam um conjunto de alterações no organismo. São reações nervosas e bioquímicas que visam adaptar o organismo à nova situação para recuperar uma condição de equilíbrio.

Esse esforço permanente de manter a saúde equilibrada e os sistemas corporais em perfeito funcionamento é um mecanismo humano, denominado homeostase.

Os agentes estressores que podem agredir a homeostase são inúmeros, pois isso, costumamos dizer que existem vários tipos de estresse.

O fator psicológico é o mais conhecido. Convivendo com muitos ou graves problemas emocionais, a pessoa começa a perceber repercussões físicas. São as chamadas reações psicossomáticas: sudorese, dor de cabeça, palpitação cardíaca, agitação e falta de ar. É o sistema nervoso simpático e o sistema endócrino entrando em estado crítico e a glândula supra-renal produzindo glicocorticoides em excesso.

Como resultado do estresse psicológico, podem aparecer as doenças psicossomáticas que traduzem a incapacidade do indivíduo em lidar ou conviver com o estresse a que está sendo submetido.

Quando estamos muito cansados, por excesso de trabalho, com o ritmo frenético da vida moderna ou pela superexaustão dos nossos músculos e mentes, podemos desencadear outra forma de estresse, também bastante conhecida e relacionada aos workaholics e aos atletas competitivos.

Além dessas formas mais conhecidas, o estresse também pode entrar em nossas vidas através de portas surpreendentes. É o caso da poluição ambiental que contamina o ar que respiramos, as verduras e legumes que ingerimos, os produtos de higiene e alimentos industrializados que consumimos. Toda essa química moderna pode sobrecarregar o nosso organismo que passa a exigir demais de sua própria homeostase, gerando o desequilíbrio e, portanto, o estresse.

Frio e calor, repentinos ou excessivos, também exigem em demasia do organismo que trabalha aceleradamente para manter-se em harmonia sob a ação de grandes variações de temperatura. Essa condição também pode acarretar um tipo de estresse.

Contaminações microbiológicas, efeitos colaterais de medicamentos e a permanente exposição do nosso corpo as radiações eletromagnéticas são outras fontes de estresse, nem sempre identificadas por quem sofre desse mal.

São várias as causas, vários os níveis de comprometimento da saúde e várias as ações que as pessoas podem ter para se prevenir ou se curar dessa condição que pode gerar a incapacidade para o trabalho e até para os relacionamentos pessoais.

E a nutrição? O que a nutricionista pode fazer por essa humanidade tão estressada? Será que os alimentos têm algum efeito sobre essa condição que, se não tratada, pode evoluir para doenças mais graves e até para a depressão?

A resposta é sim! Hoje em dia, já se sabe que um estresse muito comum é aquele ocasionado em organismos que convivem muito tempo com deficiências nutricionais. Ambientados em um cenário de vida urbana e acostumados à alimentação em restaurantes,  fast-foods e ao consumo de produtos industrializados em excesso, os indivíduos não têm ingerido os elementos nutricionais que o organismo precisa para funcionar bem.

Com a deficiência alimentar, o corpo é forçado a atuar sem os combustíveis necessários e o resultado é o comprometimento da homeostase que leva aos sintomas do estresse.

Por outro lado, são corriqueiramente despercebidas as alergias alimentares e muita gente passa a vida ingerindo alimentos que possuem um grande componente alergênico e que prejudicam o funcionamento do seu corpo, afetando a sensibilidade do seu sistema imunológico em diversos graus e com diferentes níveis de comprometimento.

Diagnosticar as alergias alimentares e as carências nutricionais do organismo é fundamental para mantê-lo pronto para as milhares de reações químicas, físicas e elétricas que ele deve realizar, durante toda a vida. Com esse diagnóstico é possível saber quais são os nutrientes que estão faltando e quais são os elementos tóxicos perniciosos que sobrecarregam os sistemas corporais. Retirar alguns e acrescentar novos alimentos à rotina diária, podem ser ajustes necessários para tratar ou prevenir o chamado estresse fisiológico, decorrente dos hábitos alimentares inadequados.

Mas não é só pela boca que os inimigos podem invadir o nosso corpo. Além da comida, temos também que nos preocupar com outro tipo de alimento que estamos ruminando e ingerindo: o alimento mental.

Isso mesmo! Já está comprovado que os pensamentos negativos e a hostilidade emocional são os agentes estressores mais comuns com os quais a civilização moderna vem convivendo. E o que é muito pior: agentes esses que são fabricados pelos próprios indivíduos.

Ao conviver com esses incômodos mentais, a pessoa acaba prejudicando terrivelmente o seu potencial energético. As células do corpo sentem a vibração negativa emanada pela má qualidade de pensamentos ruins e começam a produzir estragos imensos no organismo que vão desde o estresse até os variados casos de tumores cancerígenos.

Então, faça a sua parte! Para evitar e cuidar do estresse, olhe sua vida de uma maneira holística e se livre de todos os hábitos que intoxicam e sobrecarregam, de alguma forma o seu interior.