O princípio “deixe o alimento ser teu remédio e o remédio ser teu alimento”, exposto por Hipócrates, aproximadamente 2.500 anos atrás, está sendo bastante difundido nos dias de hoje.
Quando se fala em comida, a primeira associação que se faz é com a perda ou o ganho de peso. No entanto, há milhares de anos, já se vem discutindo a importância da alimentação como fator de influência determinante nos estados mental e emocional.
Já está comprovada a ação dos componentes alimentares na melhoria da saúde mental e o prejuízo da mesma, em decorrência da falta de alguns nutrientes. A ausência das vitaminas do Complexo B, por exemplo, aumenta o risco de depressão, pois essas vitaminas são fundamentais para o bom funcionamento do sistema nervoso e para a produção equilibrada de neurotransmissores. Para prevenir essa deficiência, precisamos comer alimentos integrais, folhas verdes, frango, banana e abacate.
Uma importante pesquisa sobre essa temática, foi feita pela professora americana Judith Wurtman, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Diante dos resultados, a professora diz, enfaticamente: “certos alimentos podem, sim, auxiliar na produção de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina”.
Para quem não sabe, os neurotransmissores são os elementos responsáveis por fazer a comunicação entre as células nervosas do cérebro, que trabalham com as sensações, como o relaxamento e o bem-estar.
Portanto comer para ser feliz é uma fórmula acertada, mas isso ocorre apenas quando a escolha dos elementos é adequada. A resultante felicidade depende da ingestão de alguns nutrientes bem específicos. A proteína, por exemplo, é o alimento que fornece o aminoácido triptofano, responsável pela produção de serotonina, o neurotranmissor que controla o humor, o sono e o apetite. A fenilalanina, por sua vez, é fundamental para a produção de adrenalina, hormônio que interfere diretamente nos níveis de energia corporal e da dopamina, que regula as emoções.
Comer para ser feliz é uma fórmula acertada, mas isso ocorre apenas quando a escolha dos elementos é adequada. A resultante felicidade depende da ingestão de alguns nutrientes bem específicos.
As pessoas que comem mais peixe, são as menos propensas a depressão. Essa é constatação animadora e isso se explica pelo fato dos peixes serem grande fontes naturais de omega 3, especialmente o EPA, nutriente que colabora basicamente na formação de conexões cerebrais e de pontos de recepção de neurotransmissores. Quanto mais EPA no sangue você tiver, maior será a sua produção de serotonina e a sua disposição energética.
Carboidrato é outro elemento importante nos reflexos positivos mentais. Na hora de escolher o carboidrato, prefira os integrais e ricos em fibras, pois os refinados, presentes no arroz, pão, massas e açúcar, são rapidamente absorvidos e elevam a glicose no sangue, saciando a fome por pouco tempo, alem de aumentar a fermentação e ocasionar desconfortos abdominais.
E por falar em digestão, é bom ficar mesmo de olho nesse processo, pois alguns estudos recentes sugerem que problemas digestivos podem também desencadear a depressão.
Tratar a depressão com alimentos funcionais é uma ótima terapia, pois a alimentação ajuda a evitar efeitos colaterais geralmente associados ao uso dos antidepressivos.
A castanha de caju, por exemplo, é uma excelente fonte de triptofano, um aminoácido essencial regulatório do nosso humor e muito influente na diminuição dos níveis de estresse, depressão e ansiedade.
Outros superalimentos que alegram e devem ser abundantes em nossa dieta diária, são:
- Semente de girassol
- Cavalinha
- Abacate
- Chocolate
- Iogurte natural
- Aveia
- Banana
- Morango
- Couve
- Amendoim
- Ovo
- Semente de gergelim
- Alho
- Aspargo
- Melancia
- Gengibre
- Figo
- Alcachofra
- Uva
Na hora da escolha do cardápio, utilize estes alimentos que irão contribuir para diminuir a tristeza. Outra dica importante é fazer refeições e lanches em intervalos curtos e regulares. Exercícios físicos também são fundamentais para o bem estar.
Mesmo que a depressão não seja conseqüência de alguns desequilíbrios bioquímicos, mas decorrente de fatores genéticos ou experiências dolorosas, você vai descobrir que adotar uma alimentação saudável ajuda, e muito.
ELIANE PETEAN ARENA
Nutricionista
Gostou deste artigo?
Clique aqui e confira outros artigos nutricionais para cuidar de sua saúde!