Novas normas nutricionais na introdução alimentar em pediatria

Cuidar de uma criança é uma missão muito delicada, pois essa tarefa engloba um conjunto de ações voltadas para a higiene, o estado nutricional, o desenvolvimento, a saciedade, entre outros inúmeros aspectos que envolvem o cuidado infantil.

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O bem-estar e a saúde das crianças, desde o seu nascimento e nos primeiros dias de vida, são decisivos para uma saúde perfeita, ate a vida adulta. Cada família é única e deve ser orientada de acordo com as condições socioeconômicas e cultural especificas, e por isso, estas informações personalizadas, devem ser oferecidas por um nutricionista especializado em pediatria.

Além da amamentação, uma das primeiras dúvidas das mães é sobre o momento correto de introduzir alimentos na dieta da criança.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a chamada alimentação complementar deve ser feita no sexto mês, independentemente se o bebê está recebendo leite materno ou fórmula infantil. Um dos motivos para essa escolha é que, antes dessa idade, o sistema digestivo ainda não está preparado para digerir outros alimentos. Outra razão é a de que o organismo da criança, nessa fase, já se encontra mais forte para combater eventuais infecções ou potenciais alergias decorrentes da alimentação variada. Outro motivo importante é que, nessa idade, os bebês já estão mais preparados para praticar a mastigação de alimentos que assim exigem.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria: “Não há evidências de que exista alguma vantagem na introdução precoce (antes dos seis meses) de outros alimentos que não o leite humano na dieta da criança. Por outro lado, os relatos de que essa prática possa ser prejudicial são abundantes.”

Outra observação é que a mãe não deve substituir a papa de fruta, do meio da manhã ou da tarde, por suco. A papa tem seu papel fundamental por retirar das frutas elementos nutricionais importantes.

A introdução alimentar deve ser seguida da seguinte forma: com seis meses de idade, inicie com a papa de legumes com carne, verdura e cereais, duas vezes ao dia, no almoço e jantar; com seis meses e meio, a papa de fruta raspada ou amassada, nos intervalos da mamada, oferecendo para criança, de uma a duas vezes ao dia; quando a criança completar 12 meses, inicia a alimentação parecida com o cardápio normal da família – arroz, feijão, carne, legumes e verduras.

Sempre evitando os alimentos industrializados, embutidos, bebidas gaseificadas e doces. Ninguém tem a necessidade fisiológica de beber suco: essa necessidade é cultural. A recomendação é que sucos sejam evitados e se for oferecer, dar, no máximo, 100ml por dia. Sucos têm alto índice glicêmico e durante o seu preparo ocorre a perda de fibras, por isso eles devem ser evitados, mas se forem administrados, que sejam, de preferência, após as refeições e não em substituição a estas, em dose máxima de 100 mL/dia.

Outra observação é que a mãe não deve substituir a papa de fruta, do meio da manhã ou da tarde, por suco. A papa tem seu papel fundamental por retirar das frutas elementos nutricionais importantes.

É de grande importância, também, variar os alimentos que são oferecidos, diariamente, a criança acima de 1 ano de idade. Alguns alimentos ativam áreas biológicas ligadas a sensação de bem-estar. Quanto mais energética for a comida, mais sentimos prazer e essa sensação é uma questão biológica que garante a nossa sobrevivência. É aí que o sabor doce sai ganhando: alem de ser energético, quase sempre traz boas lembranças, portanto, quanto mais sabores tem uma dieta, melhor. Gosto diferente significa nutrientes diferentes.

Recomenda-se fazer a introdução de novos alimentos e preparações de forma gradual, respeitando-se os interesses da criança e auxiliando no aprendizado do consumo de uma dieta equilibrada. A criança, ao experimentar e aceitar o alimento, apresenta grande chance de aprová-lo e incluí-lo em seus hábitos alimentares.

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Para finalizar, devemos oferecer uma alimentação variada, apresentando e introduzindo todos os sabores e uma variação de micronutrientes necessários para o desenvolvimento da criança. Mas sempre precisamos respeitar o apetite do bebe, pois eles nos comunicam que estão cheios, fechando os lábios e virando a cara da colher. Preste muita atenção! Nunca force o bebe a comer depois destes sinais.

Tomando todos estes cuidados teremos crianças saudáveis e inteligentes sem risco de doenças dislipidêmicas, fator este que vem aumentando de 16% para 24% nos países em desenvolvimento.

Criança saudável, adulto saudável e esse é um papel dos adultos na formação das crianças.

 

ELIANE PETEAN ARENA

Nutricionista

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