Hipertensão na Pediatria

Eliane Petean Arena

Nutricionista

 

Conhecida com um mal silencioso, a hipertensão não é somente uma preocupação dos adultos. A pressão alta também faz parte da rotina dos bebes, das crianças e dos adolescentes. 1030-hipertensao-na-pediatria-site

Os bebês, sofrem mais de hipertensão arterial secundária, que é resultante de outras doenças. Dentre elas estão os problemas renais, os tumores supra-renais ou as alterações na artéria aorta. Portanto, os bebês que nascem com baixo peso, prematuros e que apresentam infecções urinárias constantes, devem receber maior atenção.

Nas crianças, a hipertensão, na maior parte das vezes, está relacionada ao estilo de vida que reúne maus hábitos alimentares e sedentarismo, resultando em obesidade e problemas associados, entre os quais, a pressão alta. Já, entre os adolescentes, também contribuem hábitos de risco para a pressão alta, o tabagismo, a ingestão de álcool e de drogas, o uso de anticoncepcionais orais e de anabolizantes.

As crianças em idade escolar, por conta do estilo de vida inadequado, com muita gordura e sal na alimentação e pouca ou nenhuma atividade física, são as mais acometidas.

Parece brincadeira, mas a agenda atribulada dos pequenos está sendo apontada como um dos sérios motivos do aumento desse distúrbio na infância e na adolescência. Distúrbios psicológicos, como ansiedade e estresse, têm sido muito comumente encontrados nas crianças que tem possuem diversas atividades extracurriculares e nos jovens, em fase de vestibulares.

Quase sempre sem sintomas, como ocorre com os adultos, a hipertensão nas crianças exige muita atenção para a percepção de sinais e sintomas que podem ser indicativos da afecção. Dentre eles: insônia; cansaço constante; dores de cabeça; dores no peito e hiperatividade. Mas para um diagnostico preciso, é preciso uma avaliação médica criteriosa.

Como também acontece com os adultos, os pequenos podem apresentar casos de hipertensão arterial transitória, conhecida como “síndrome do avental branco”, quando a pressão aumenta na presença do médico. Por isso, é recomendado comparar duas ou três medições.

Entre filhos de pais hipertensos é maior a probabilidade de desenvolvimento do problema, portanto, o acompanhamento dos níveis de pressão arterial da criança deve começar logo cedo.

A prevenção é sempre fundamental e deve ser seguida obstinadamente Uma criança ou adolescente hipertenso poderá ter lesões no que chamamos de órgãos-alvo: cérebro, coração e rins. Isso pode trazer consequências serias, como o acidente vascular cerebral, a insuficiência cardíaca e, por exemplo, a necessidade de hemodiálise por perda das funções renais, no futuro.

As medidas preventivas têm baixo custo, risco mínimo, resultados satisfatórios no sistema cardiovascular e proporciona uma melhor qualidade de vida geral. Essas medidas devem ser preconizadas de acordo com a faixa etária do paciente.

A nutrição é importantíssima no quadro da Hipertensão Arterial infantil e juvenil.

Par acompanhar o dia a dia do paciente, modificações dietéticas são necessárias para reduzir o consumo excessivo de calorias, sal, gorduras saturadas. As vezes, é preciso reduzir o peso e também aumentar o potencial de hidratação do corpo da criança.

A prática de atividades físicas também é fundamental. O exercício regular tem benefícios cardiovasculares e deve ser associado com a diminuição das atividades sedentárias, tais como assistir televisão, usar computador em demasia e brincar demais com  os videogames.

No tratamento da pressão alta na infância, pode ser necessário o uso de medicamentos prescritos pelo médico, por isso é importante consultar o pediatra ou o cardiologista.

Mas é muito comum a nutrição ter um papel tão importante que a própria renovação dos hábitos alimentares pode dar conta de reduzir os níveis de pressão arterial, mantendo a saúde e qualidade de vida nos patamares que todas as crianças merecem ter.

O mais importante de tudo é lembrar que, é na infância que aprendemos a nos alimentar, evitando principalmente a Hipertensão no futuro.